15 de mai. de 2010

Zen

Em um mosteiro havia um velho monge que deixava os jovens totalmente intimidados. Não que ele fosse severo, mas porque nada, absolutamente nada parecia perturbá-lo ou afetá-lo. Os jovens viam nele algo de inquietante e resolveram testar a paciência do velho monge.

Numa escura manhã de inverno, quando era tarefa do velho monge levar a oferenda de chá a sala do monge superior, o grupo de jovens se escondeu em uma das curvas do longo e sinuoso corredor do mosteiro. Quando o velho se aproximou, eles saíram do esconderijo dando gritos assustadores. Mas de nada adiantou.

Sem querer alterar o passo, o velho monge seguiu andando com calma, levando cuidadosamente a bandeja de chá. Próximo a sala havia uma mesinha. O velho foi até ela, colocou a bandeja de chá, cobriu-a para protegê-la da poeira e, então, só então, apoiando-se contra a parede, deu um grito, numa exclamação de susto.

O mestre Ikkyu ao relatar essa história disse: "Não há nada de errado em ter emoções. Só não devemos deixar que elas não impeçam de fazer o que estamos fazendo."

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