31 de mar. de 2011

Citação - Seneca

Uma pessoa inteligente não pune porque algo de errado foi feito mas para que algo de errado não seja mais feito.

18 de mar. de 2011

Psiquismo III

O desenvolvimento unilateral é a chave! São necessárias poucas experiências mas que preencham determinados espectros de nossa percepção. O "ocorrido" é simples, mas quando levianamente observado, torna-se vasto e confuso. Isso é precisamente uma das características do ser unilateral. Entender não é compreender. A compreensão de uma experiência ocorre quando há a atividade da atenção em mais de uma parte da composição humana. Digamos que isso é um refinamento, ou uma progressão perante a tudo o que nos rodeia afim de progredir. Quando há o direcionamento consciente da experiência através das partes que nos compõem, há uma melhor compreensão. Não nascemos com um manual, então, encontramos diversas classificações dessas nossas partes. Apenas para nortear podemos adotar um modelo simples e popular da composição humana formada pelo: corpo(sensações, instintos), mente(pensamentos, imaginação) e alma(sentimentos, emoções). É fácil encontrar uma míriade de delimitações ou classificações dessas partes em diversos sistemas, tradições etc, mas essa é uma boa base. São conceitos e nada mais, apenas tornam as coisas inteligíveis pois quando se adota um ponto de vista universal, tudo isso é uma coisa só.

Qual é o papel de quem "pensa", de quem "ama", de quem "faz"? E qual o papel de quem acha que pensa, acha que ama ou acha que faz? Torna-se evidente a deficiência da compreensão prejudicada pela linguagem que por sua vez repercurte na "realidade". Ação/criação, essa é a grande diferença. É a partir daí que recebe-se a "percepção experimental" relativa à cada uma dessas partes. É assim que se quebra um ciclo vicioso, ou digamos, normal. É assim que se progride. Esse é um "conceito" relativamente complicado de se compreender pois, o que todos chamam de ação, é na verdade reação, apesar de toda reação ser uma ação, hehe. Ou seja apenas um conceito. Fica clara a divisão e o domínio dos homens subordinados a uma aparente inderteminada quantidade de "leis" daqueles que escolhem subordinar-se a essas "leis". Há o componente "escolha" e a compreensão disso é um caminho sem volta, tornando tudo o que antes era de suma importância, em banalidades. É deveras complicado expressar e compreender esses assuntos metafísicos somente pela leitura, para não dizer impossível. No cerne de muitas tradições antigas é possível encontrar a mesma coisa e ceifar aquele "pensamento-sensório" da "busca" para então, tranquilizar-se.

Muito se fala de evolução, de progresso da humanidade e muito pouco de involução. Isso é uma outra característica da unilateralidade da percepção. Uma espécie de inconsciência pois, estar cônscio, adaptando dois específicos conceitos de culturas diferentes, significa basicamente desenvolver um "estado de observador" ou desenvolver um "pensamento imparcial" perante a tudo. Se admitimos a evolução, é obrigatório admitir a involução. Quando se fala de ciência, fica mais chato separar as coisas mas, é certo que, tudo o que é relevante ganhou apenas uma nova roupagem, em suma, mais objetiva. Talvez para pessoas excepcionais, há vantagens de tamanha objetivação, classificação e delimitação de tudo. Voltando... podemos então analisar a evolução, ou melhor, a "educação" do homem separadamente pelas suas partes. É melhor usar o termo que se assemelha a educação pois dizer evolução consistiria numa análise completa do ser, coisa muito improvável de ser feita. Pois bem, cada uma dessas partes possuem também as propriedades que podemos chamar de "universais" tais como: velocidade, ritmo, polaridade etc. Estimular e absorver a experiência de maneira consciente consiste em identificar também a natureza da experiência mediante a relação com essas partes. Sabendo que, cada parte progride em níveis diferentes, em velocidades diferentes, em momentos diferentes e por diferentes experiências. O único laboratório para a aplicação disso tudo é em si mesmo e, talvez, de uma maneira disfarçada, na família onde inicialmente identificam-se as deficiências, corrigem-se essas deficiências e posteriormente desenvolvem-se outras capacidades. Tudo isso exige muito tempo para aplicação, as receitas já prontas são de difícil decifração, vamos então na tentativa, entre erros e acertos.

Como predomina a unilateralidade no mundo, a normalidade, e como sempre predominou, tais estudos e percepções só fazem sentido quando tudo aquilo que "entrerte", que "ludibria", que "distrai" o homem perde sua "graça". A filosofia, a verdadeira, ou aquela que não é institucionalizada, ou comercializada, ou popularizada, é um bom caminho a se tomar, ela permite trafegar em diferentes áreas e dialogar entre as diversas ciências tornando claro o que cada um deve fazer/ser, que é apenas uma coisa...

Anotação

Manuel Lezaeta Acharán
Médico Naturalista
Escritor