13 de jul. de 2011

Estudos evolutivos...

Isso é mais um daqueles pensamentos óbvios mas que não conseguimos chegar neles sem algum esforço. Fica então a cargo daquelas pessoas "vontajosas", buscadoras, persistentes, que estão sempre inquietas ou insatisfeitas com o estado atual de si e das coisas.

Mas, enfim, estava a estudar algumas palestras de um "filósofo-cientista-historiador alternativo" na qual ele especulava sobre a vida fora da Terra e propunha o seguinte pensamento; "existem alguns bilhões de planetas e alguns milhões de estrelas nessa galáxia que chamamos de Via Láctea. Assim como ela, existem outras milhões de galáxias, todas nesse universo e..." - aqui vem a grande "sacada óbvia" - "...assim como esse universo, existem outros milhões de universos, seria muita ingenuidade acreditar que somos os únicos..."

Me ocorreu na hora um pensamento meio louco em que, ao admitir essa "multiversalidade", poderíamos compreender algumas leis que regem esse universo e que até hoje não temos uma explicação razoável, como por exemplo a lei da gravidade. Elas se fundamentaríam nesses outros universos e a ligação entre eles seria por alguma dessas teorias dimensionais, como a das supercordas, por exemplo. E porque não, também, supor alguns milhões de dimensões?

É fato que esses assuntos parecem sem sentido, que não tem nada de prático, que se tratam de coisas impalpáveis etc. Mas, contudo, todavia, entretanto... isso tudo pode ter muito sentido, pode também ser algo utilizável e muito palpável. Como? "Chuang Tsu sonhou ser uma borboleta, mas ao acordar, não sabia se agora era uma borboleta que sonhava ser um homem." Tudo a seu tempo... se não acabamos tentando "saltar pelos próprios joelhos", como diria Nasrudin. A questão é, quando? E a resposta é, agora! Devagar e sempre pois, devagar é pressa!

11 de jul. de 2011

Apresentação - O Mundo como Vontade e como Representação

Inúmeras vezes iniciei a leitura da obra prima do Tio Schop, e mesmo fazendo grandes esforços, nunca consegui terminá-la. Trata-se uma obra muito densa, escrita por uma personalidade ímpar e isso a distingue de qualquer bagatela boa de se ler. Apesar de muitos os enquadrarem como um pessimista é comum as obras dele te darem aquele "curto-circuito" inspirador ao revelar uma nova forma de encarar o Mundo. Ainda entro em conflito com diversas idéias e conceitos dele mas sempre me arrependo posteriormente e lembro que esses tipos de seres dificilmente estão errados. Depois de paparicar o velho, (o que não faz mal, já que ele está em uma outra dimensão, hehe) segue uma pequena e brilhante síntese do tradutor de "O mundo como Vontade e como Representação", editora UNESP, 2005.

Toda vida é sofrimento. E mesmo que os desejos sejam satisfeitos e levem ao alívio do sofrer, contra cada desejo satisfeito existem dez que não o são; e o desejo satisfeito volta ao fim da fila, exigindo nova satisfação, com o que a ilusão se renova. Se os desejos são satisfeitos muito rapidamente, sobrevém o tédio; se demoram, sobrevém a necessidade angustiosa. O primeiro é mais comum às classes sociais ricas; esta última, às classes sociais pobres. Paliativos contra tal estado de coisas são sobretudo os narcóticos e as viagens de turistas. Em ambos os casos o homem tenta fugir de si mesmo, da própria condição, do seu "maior delito" - ter nascido. A razão é impotente para mudar esse estado de coisas; Schopenhauer a aponta como secundária em relação ao querer cósmico, é um mero momento dele, e nisso o filósofo revoluciona a tradição, para a qual o querer era um momento racional, como Descartes exemplarmente indica em suas Meditações metafísicas. O homem, assim, perde a proteção da faculdade racional, e os demônios do mundo são revelados, vê-se nitidamente o inferno do sofrimento e da irrazão, comprovados pelas guerras e violências em seus aspectos mais tenebrosos.

Lembrando que, para Tio Schop, a contemplação das artes elimina temporariamente esse sofrimento, se invertem os papéis e o homem deixa de Representar para estar como um expectador da Vontade.

4 de jul. de 2011

Retornando

Bem, depois de mais de dois meses literalmente nocauteado por uma doença chamada pertússis, mais conhecida como coqueluche, ou ainda como "tosse comprida" para os mais antigos, volto a aparecer por aqui pois não era prudente expor nada quando o corpo e mente não estão saudáveis. E para começar, aproveitando que essa fase de doente ainda está relativamente "fresca" na mente e no corpo, hehe, é pertinente algumas palavras sobre todo esse processo.

Apesar dessa doença possuir alguns sintomas muito próprios, a maioria deles é comum ao de gripes e resfriados mais fortes. O diagnóstico dos sintomas feito de maneira leviana nos hospitais, que é o meu caso e o de próximos a mim, me causa uma enorme repulsa desses doutores que diagnosticam tudo como virose, ou como algum tipo de alergia, ou ainda jogam a culpa no clima e te entopem de medicamentos inúteis. Na tentativa de dissuadí-los desses falsos diagnósticos, eles com aquele ar de autoridade, falam: "todo mundo está assim". Santa paciência! Os conselhos da vovó são muito mais úteis pois não há cura para essa doença, ela vai cedendo aos poucos.

Nesse grande intervalo de tempo, depois de muita pesquisa e de diagnosticar-me corretamente, cheguei a fazer alguns experimentos na tentativa de gerar alguma qualidade de vida pois ela praticamente não existe. Fui "vacinado" contra isso quando criança mas a vacina só dura aproximadamente 10 anos, ufa... A tosse constante e incontrolável é o grande problema, sendo assim, você não vai dormir a noite de maneira nenhuma, o que vai lhe trazer um mau-humor fenômenal no raiar do sol. O melhor a se fazer é "trocar o dia pela noite" pois as crises são muito mais brandas de dia. A explicação mais razoável que encontrei sobre isso diz que, todo o sistema respiratório está debilitado e muitíssimo sensível, sobretudo às mudanças de temperatura. Ponto para a vovó quando diz para não pegar sereno, hehe.

Tive também idéia de fazer algumas gravações de áudio da tosse no momento mais crítico da doença. Não foi possível avaliar muita coisa mas muito me impressionou a precisão do intervalo das tosses. No período dois da doença, sabendo que ela têm três fases e sendo a segunda a mais crítica, o intervalo de tosses era de 1minuto e 32segundos, de vez em quando havia uma variação de 1 segundo, parecia até alguma programação computadorizada. Na grande maioria das vezes eram 5 cofs por intervalo e nos momentos de crise perdia-se o fôlego. Outra coisa curiosa que notei nas gravações foi que, quando se ouvia alguém tussir, imediatamente a tosse vinha, semelhante aquele fenômeno do bocejo, então, isolar-se um pouco faz bem.

As vovós dizem para se alimentar bem, isso eu sempre faço e costumo literalmente dobrar a quantidade de alimentos ingeridos o que reduz o ciclo de qualquer gripe para uns dois dias no máximo. Óbviamente que não me curei mas muito me ajudou pois meu único sintoma era a tosse, ou seja, estava sem os outros sintomas chatinhos como, coriza, catarro, febre, inflamações na gartanta etc. Passar vick vaporoub na sola ou na planta dos pés para aliviar a tosse não funcionou mas já vi muitos relatos positivos dessa prática. As sopas e os chás quentes aliviam bastante, principalmente a noite. As pastilhas, tipo valda ou halls também ajudam mas elas só funcionam nas duas ou três primeiras "chupadas" e depois perdem o efeito. O mel junto com outros diversos ingredientes, manteiga, própolis, alho, limão, seja quente ou em temperatura natural não ajudam muito. Eles podem funcionar como pastilhas pois tudo que gera salivação é bem vindo mas são pouco eficientes para essa função. Não sei a explicação disso e é mais um conselho de vovó, tomar banho antes do tempo esfriar tem uma importância significativa no alívio dos sintomas nas primeiras horas da noite. Não vou citar nenhum medicamento industrial aqui pois a maioria deles simplesmente não funciona ou só funcionam na primeira dose.

A lição, a compreenssão mais importante disso tudo foi a nível psicológico. Em certos momentos da crises, estando muito debilitado e sem dormir, que é o pior de tudo, um grande desespero me assolava o que gerava uma espécie de fé. Quando digo "fé", digo aquela comum mesmo pois existem alguns tipos de "sensações-crença" que, errôneamente são chamados de fé, uma delas é a "vontade". Sabendo que tenho uma certa repulsa desse tipo de fé comum, me parece que esse ocorrido fez parte de algum mecanismo psicológico auto-tranquilizador. Não posso dizer que valorizo esses tipos de experiências como deveria, a ponto de fincá-los como uma compreensão mas, todo sofrimento quando não deixa sequelas ou traumas é benéfico e é um ótimo "despertador".