28 de out. de 2015

Extrato FED 22 - Narcóticos, Escolas, Resultados

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- Há uma outra questão que me interessa muito. Os iogues servem-se de diversas substâncias para provocar determinados estados. Não se trataria, às vezes, de narcóticos? Eu mesmo fiz numerosas experiências desse gênero e tudo que li sobre magia me prova claramente que todas as escolas de todos os tempos e de todos os países fizeram amplo uso dos narcóticos para a criação desses estados que tornam a "magia" possível.

- Sim, respondeu G., em muitos casos, essas substâncias são o que você chama de "narcóticos". Mas podem ser empregadas, repito, para fins diferentes. Algumas escolas servem-se dos narcóticos da forma correta. Seus alunos os tomam para estudar-se a si mesmos,  para melhor se conhecerem, para explorar suas possibilidades e discernir, de antemão, o que poderão atingir efetivamente ao final de um trabalho prolongado. Quando um homem pode assim tocar a realidade do que aprendeu teoricamente, trabalha a partir de então conscientemente, sabe para onde vai. É, às vezes, o caminho mais fácil para se persuadir da existência real das possibilidades que o homem frequentemente suspeita em si mesmo. Existe uma química especial para esse fim. Há substâncias particulares para cada função. Cada função pode ser reforçada ou debilitada, despertada ou adormecida. Mas é indispensável profundo conhecimento da máquina humana e dessa química especial. Em todas as escolas que seguem esse método, as experiências são efetuadas só quando realmente necessárias e somente sob o controle experimentado e competente de homens que podem prever todos os resultados e tomar as medidas necessárias contra os riscos de consequências indesejáveis. As substâncias empregadas nessas escolas não são, portanto, apenas "narcóticos", como você as chama, embora grande número delas seja preparado a partir do ópio, o haxixe, etc.

"Outras escolas empregam substâncias idênticas ou análogas, não para alcançar fins de experiência ou estudo, mas para alcançar, mesmo que por pouco tempo, os resultados desejados. O uso adequado de tais drogas pode tornar um homem momentaneamente muito inteligente ou muito forte. É claro que, depois disso, ele morre ou fica louco, mas isso não é levado em consideração. Tais escolas existem. Você vê, pois, que devemos falar das escolas com prudência. Podem fazer praticamente as mesmas coisas, mas os resultados serão totalmente diferentes."

18 de out. de 2015

Uma linha tênue

O prazer embebeda, te vicia, em maior ou menor grau, te faz dormir, te entrete, faz o tempo passar mais rápido e é rápido, não se fixa, te faz querer mais e mais, consegue te seduzir, te enlaçar...

Já o sofrimento, a dor, te mantém alerta, te faz fugir, não te deixa dormir, é angustiante, o tempo não passa, sua percepção é ampliada mas direcionada, aguça o raciocínio que prospecta a saída dessa condição...

Existem caminhos a se seguir, o que aprendemos desde sempre, ou seja, o caminho que o mundo segue, é muito próximo ao de um jogo de azar. O adequado para um pleno viver, ou o mais correto, exige trabalho e condições adequadas... tanto de si, quanto dos outros e do meio. Me faltam as diretrizes, as vivências... a reflexão supre muita coisa mas é necessário conhecer quem já trilhou esse caminho.

10 de out. de 2015

Sensações/Percepções/Experiências Incomuns 2

Lembro me que tinha uma cama feita com uma espécie de madeira leve mas resistente, parecia oca mas não era, uma madeira de cor clara, a cabeceira era um gradeado de madeiras roliças. Acidentalmente, batendo um lápis emborrachado, em uma dessas barras do gradeado e com a cabeça próxima, produzia-se em mim aquela estranha sensação de soltura do corpo, semelhante a que procede o estado de catalepsia e que antecede a "projeção astral", projeção da consciência, desdobramento, ou como qualquer outro nome que queira chamar. Esse som que era gerado penetrava na minha cabeça de um modo intenso, digamos que, tocava a "alma". Batia no intuito de vibrar a madeira por um curto período, fiz isso diversas vezes, pausadamente, até achar a intensidade correta que produzia aquele estado. A sensação, não era dolorosa, nem prazerosa, era um "despertamento", a lucidez aumentava, ficava mais "claro". Era como se estivesse dentro de um enorme sino, um gongo. Na época também não dei muita importância, já tentei repetir a experiência mas não consegui semelhantes materiais, nem um ambiente, nem as circunstâncias propícias a isso.