13 de jun. de 2010

Punk

O grau de vontade dita a postura autodidata. A dificuldade em desenvolver algo com esforço próprio é herança cultural. Mas é também herança cultural o choque gerador da vontade. Contradições e oportunidades que fazem parte do resultado final.

Uma pré-potência germina nos momentos de tensão, quando determinadas situações nos encurralam, quando existe algo a ser feito mas que não há como fazer coletivamente. A guinada, o curto-circuito ocorre quando essa possibilidade de agir só, começa a adquirir força. Acompanhado a isso, crescem também as possibilidades.

Creio que não há volta ao imergir-se nessa postura e é comum que se tenha dificuldade é ao tentar desenvolvê-la pois a postura antiga foi o guia de toda uma vida.

Banalidades

Devemos ter uma obra, um trabalho, um estudo, ou qualquer outra coisa que nos eleve acima daquilo que fazemos no cotidiano. Devemos ter algo maior em aspiração, em planejamento, em ação. Caso contrário, atividades do cotidiano, coisas simples, corriqueiras, banais, nos causam uma espécie de identificação. Isso faz com que o nosso limite seja o cotidiano, tanto para o sentir-se bem quanto para o sentir-se mal. Futilidades, banalidades acabam nos afetando pois estamos imersos no nível do cotidiano. Não conseguirmos ter uma uma visão ampla de como as coisas acontecem e funcionam. Em consequência, não podemos fazer previsões baseadas até mesmo em nossas experiências. Não conseguimos assimilá-las para então analisá-las buscando dar o passo seguinte. Basta pensar naquilo que é elevado para o cotidiano transformar-se em algo fácil, simples e claro de se fazer. O normal se transforma em banal.

5 de jun. de 2010

Variar o modo de agir - Baltasar Gracián

Isso vai confundir os outros, em especial seus rivais, despertando-lhes a curiosidade e a atenção. Se agir sempre de acordo com a primeira intenção, seu agir será previsível e frustrado. É fácil abater o pássaro que voa em linha reta, mas não aquele que altera seu vôo. Não aja sempre conforme a segunda intenção, tampouco; repita seu agir, e os outros descobrirão a artimanha. A malícia fica à espreita, é preciso uma grande sutileza para enganá-la. O jogador perfeito nunca move a peça que se espera, e muito menos a peça que seu adversário desejaria.

Abstrato Sólido IV

O que pode abalar uma mente consciente?
Uma mente consciente não tem medo. O controle é pleno. Seus limites e sua capacidades são conhecidos. Uma mente consciente é antes de tudo uma mente elástica. Ela se adapta as mais diversas situações, com facilidade e velocidade, é necessário que seja assim. Pouco importa o ambiente que ela se encontra, ela está sempre procurando meios de progredir, de facilitar, de pratificar algo naquele ambiente caso aja oportunidade.

Ela quer fluxo, pois sabe que, sem fluxo periga-se a "permanência". A permanência em si, em essência, só existe em abstração, tudo está em movimento. O que se chama de permanência, é um movimento que está muitíssimo lento. As mentes desejam movimento, necessitam de movimento, querem o movimento, essa é sua natureza. Permanecer significa "estar morto durante esse tempo". Movimento, vida, karma, ação, esses são diversos nomes para a mesma coisa.

A mente consciente consegue através das experiências desvelar os diversos caminhos que estão ao alcance. Ela analisa os obstáculos iniciais e prevê os que podem ocorrer em cada caminho. Alguns ela pula, outros ela se desvia e outros ela quebra.

Ela é discreta, pois sabe que, chamar a atenção para si, significa receber um fluxo muito grande de outras mentes sedentas de consciência. Ela procura agir em anonimato pois assim, ela ilumina e não corre riscos.

Ela não é omnipotente, não é omnisciente, não é omnipresente mas para as mente menos desenvolvidas ela é. Ela é apenas abrangente, vislumbrou mais coisas e consegue, por meio de suas experiências, fazer analogias que a coloca mais próxima da essência das coisas. Como se não precisasse mais da diversidade para progredir. Só a diversidade extraordinária tem algum valor para ela.

Ela compreende enormemente os mecanismos naturais e sociais. Ela sabe que por vezes terá que sacrificar-se para poder progredir, terá que fazer coisas que não a agrada mas que são necessárias para atingir certos objetivos que são definidos por ela ou pela casualidade. Seja para aproveitar de alguma situação ou para criar alguma outra situação. Sendo assim, ela compreende e prova para si mesma que ainda não é consciente o suficiente.

4 de jun. de 2010

Citação - William Blake

"Those who restrain desire, do so because theirs is weak enough to be restrained."

"Aqueles que reprimem o desejo, assim o fazem porque o seu desejo é fraco o suficiente para ser reprimido."

1 de jun. de 2010

Auto-análise - Abstrato Sólido I

- Não fui claro nessa exposição, o que não é novidade, hehe.
- Não deveria ter usado Shakespeare para exemplificar o que queria transmitir.
- Deveria ter lido Hamlet todo. :)
- Estranho: "Shakespeare, pode ser extremado tornando-se mais sublime."
- O exemplo do caminho é bom mas fica disperso aqui, poderia sair ou ser substituído.
- Parágrafos! Onde estão?

Reformulando
São poucos que podem escolher e são menos ainda os que podem escolher algo de qualidade. A maioria escolhe a opção mais vantajosa, prazerosa, ou seja, é como se nem existissem as demais opções, elas são eliminadas ou menosprezadas. Isso não te dá o direito de escolha, são elas que te escolhem, que te ludibriam. Não se trata de não escolher a melhor opção mas, de conseguir através da vontade escolher as demais opções. Os desdobramentos das demais opções permitem observar e experenciar as coisas de um outro ponto de vista o que as torna novas e as vezes interessantes.

Citação - ????

O senso de observação nos eleva a tal ponto acima dos outros que faz de nós os juízes naturais dos homens.