1 de dez. de 2010

Psiquismo I

Re-educação, referenciais, percepção

Ultimamente, o tema "referenciais" sempre vagueia em minha mente durante minhas observações ou maquinações de um objeto ou de um acontecimento qualquer. É particularmente curioso observar que esse processo do "referenciar-se" não ocupa um lugar relevante nos atuais processos ordinários, seja no cotidiano ou em algo mais elaborado. Isso não é uma novidade pois, os antigos gregos, por exemplo, já o aplicavam em suas tragicomédias ao observarem que os momentos cômicos de uma peça eram mais intensos após um acontecimento trágico.

É necessário reeducar-se, ao menos para nós, reles mortais que tivemos durante todo o nosso principal processo de formação, uma educação ordinária e que, infelizmente, é normal para "todos". Para que isso aconteça, primeiramente, é necessário adquirir referenciais. Creio que assim podemos compreender durante o período em que estamos "referenciados", as estranhezas que ocorrem durante nossa vida, ou seja, no que pensamos, no que fazemos e no que sentimos. Isso é uma tentativa, antes de mais nada, de transcender nosso "ponto-de-vista particular", ou em outras palavras, aquilo que "adquirimos", afim de fazer, conhecer e perceber o que quer que seja, de uma maneira mais imparcial, objetiva, em suma, real. Será possível? Assim, em pensamentos, chegamos muito longe, mas chegamos também em absurdos pela falta de um limite. Entretanto, não há nada de ilógico nisso, há apenas um grande trabalho a ser feito.

Por muito tempo acreditei que para adquirir essa "visão" do que é real e do que realmente importa era necessário um afastamento. Esse é um meio mas não o único. É um tanto complexo imbuir-se destes referenciais, pois essa é uma daquelas coisas "sutis" que acabam caindo no esquecimento principalmente por serem sobrepujadas pelo "turbilhão" de pensamentos, de ações e emoções que nos circundam. Além de uma série de outros fatores que valem destacar: a "vontade débil" e uma "consciência fragmentada". Nossa atenção, ímpetos e desejos são capturados por esse turbilhão, o que torna indigno esse modo de vida onde não se obtêm o controle de si, ou seja, de seus pensamentos, ações e emoções.

Qual é a finalidade de tudo isso? Onde isso vai dar? Perguntam os inconscientes, ou os "conscientes fragmentados". Aonde você quiser, aonde sua capacidade de interpretação, associação, ação e sensação alcançarem. De minha parte, "tendencío", nos momentos mais elevados, a formular e procurar, perguntas e respostas, que sejam universais, atemporais, fundamentais, imparciais. De maneira que possam ser aplicadas sobre qualquer coisa, em qualquer lugar e a qualquer momento.

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