29 de dez. de 2010

Devaneio Discordiano

ATCHUNG! Esta história que irão ter o (des)prazer de acompanhar pode ser verdadeira. Pode, também não o ser. Verdade e mentira... duas faces da mesma moeda. Pode ainda não ser nenhum dos dois casos. Interpretações tanto literais como metafóricas são encorajadas – desde que não usadas como desculpa para queimar alguém ou fazer explodir as torres gêmeas.
Obrigado.

Conta-se que há muitos séculos atrás... quando a deusa Éris conheceu YHVH (será que devíamos contar isto?) a senhora não ficou nada impressionada. E o aspecto físico de Éris é do tipo que qualquer sujeito faria de tudo para impressionar.

- "Eu sou o Alfa e o Omega, sabes?" (disse YHVH, puxando conversa) "Sou o Todo-poderoso. E não há coisa que eu não possa fazer!... "

- "Oh!... A sério?..." Respondeu Éris bocejando de tédio e mais preocupada em observar Teseu que se baixava para apanhar um cigarro que se soltara do maço – os gregos usavam aquelas togas e... sempre que se baixavam para apanhar coisas, era uma indecência – e sujeitos como Teseu estavam sempre a deixar cair coisas... Alguns historiadores como Rutherford e Newton, inclusive sustentam a tese de que o clássico "deixar cair o lenço" das mulheres nasceu na Grécia, para que as indecências acontecessem.

- "Eu sempre gostei mais de Pi. De Kappa. Alfa é muito nariz empinado, sabes? Por ser o primeiro & tal. E o Ómega, a não ser que esteja inserido numa trindade... mas não, não faz o meu género".

- "Trindade?", (aqui YHVH pensou durante uns segundos, o que não era hábito dele) "Mas, madamme... Diga-me alguma coisa que possa fazer".

Éris no mesmo momento teve a certeza de que ele a estava a seduzir. Olhou-o dos pés à cabeça e teve a ideia de criar discórdia. Aliás, essa era a sua função enquanto divindade.

- "Ok"!... (disse ela, cruzando os braços) "Diz àquele sujeito que olhe para mim..."

- "Eu?" (Perguntou YHVH, es-pan-ta-do) "Acho melhor não, sabes?..."

- "E que tal aquele?"

- "Abraão? Tudo bem. O que queres que faça?".

- "Manda... Olha, ele que mate o filho".

Nessa época os deuses ainda sabiam o nome e as bisbilhotices que iam pelo mundo sem necessidade de recorrer a revistas cor-de-rosa. Hoje em dia, divindades como YHVH possuem assessores para lidar com isso e não se dão ao trabalho de saber, sequer, o nome do papa.
YHVH chamou então um dos seus garotos de recados (formalmente conhecidos hoje como anjos, mas que na época não eram absolutamente nada respeitados). Para se ter uma idéia, no panteão egípcio, YHVH tinha a mesma fama de Michael Jackson por causa de seus "garotos" de quem diz "gostar de dividir a cama... ou seria o pão(?) com eles".

- "Oh não!... Não mates o pobre rapaz!" Disse Éris quando se apercebeu das intenções de YHVH.

- "O quê?" Perguntou YHVH confuso.

- "Não podes fazer tudo o que te dá na bolha, Gama?" Desafiou-o.

- "É Alfa e Omega. E posso sim!..." disse ele antes de assobiar para um de seus garotos. Este olhou para ela e mostrou-lhe a língua ou algo pior. Já não me recordo muito bem da parábola.

- "Estás a ver?" perguntou YHVH, enquanto olhava para o garoto que interrompeu Abraão no seu ritual... claro que Abraão ficou realmente furioso quando o garoto com asas de galinha surgiu e disse "Punk’d" ou algo parecido.

- "Não!... Não podes". Gritou Éris.

- "Claro que posso".

- "Não. Não podes".

- "Eu aposto que posso, querida! Eu aposto por De... Pela vida do meu único filho!"

- "Ok, Faz-me um círculo quadrado". respondeu Éris, farta de o aturar.

- "Foda-se!...", pensou, mas não disse, YHVH.

Éris olhou para ele com um sentimento de pena e saiu de cena. Passados alguns minutos de reflexão, YHVH saiu colérico (alguns dizem que a chorar). Saiu e foi contar a todos que Eva comera a bendita maçã. Na verdade ela (Eva) era apenas a mulher do jardineiro. Eles eram naturalistas.
Só muitos séculos depois, é que YHVH pagaria a aposta.

O resto é história.

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