20 de dez. de 2010

Devaneio

Sócrates era um cara esperto! Um dia, um certo sacerdote malandrops, vendo que o tal sujeito estava se tornando pop na velha Atenas, pensou e re-pensou formas de tirar alguma vantagem disso. Passou algum tempo procurando uma forma grandiosa de pavonear a si e o velho, visando é claro, conseguir alguns favores, aumentar seu prestígio, enfim, fazer uma certa politicagem, e diga-se de passagem, coisa muito comum desde aquela época. Foi quando lhe veio à mente, a maravilhosa idéia de usar o todo poderoso oráculo em suas maquinações. Pois bem, depois de tudo pensado e esquematizado, era só aguardar o momento propício para puxar o saco, ou em outras palavras, de paparicar o velho. Foi então, numa praçinha qualquer da velha Atenas durante uma das ensinanças do velho, que surge o malandrops sorrateiramente. Todos acham um pouco estranho mas não dão muita importância e logo a sua presença se dilui entre os ouvintes. Depois de muito tempo e sem entender nada do que o velho indagava, num momento oportuno, o sumo-malandrops interrompe o velho, agora vestindo uma máscara de humildade mas sem perder a sua pomposidade, e lhe diz: "Trago-lhe uma mensagem Do'alto. Recebi-a diretamente do Oráculo de Delfos. Tu é o mais sábio dentre todos os sábios." Alguns ali presentes ficam estupefados com tal revelação, outros já torcem o nariz diante de tal fato. Sócrates, que não era bobo nem nada, pensou: "Que sacerdote #$%!@#. Tá querendo me endeusar. Justo eu? Como sair dessa? Já sei! Vou sair limpo dessa, nem privilengiando esse sacana, nem indo contra esse Oráculo." Calmamente o velho, sem transparecer nada, caleijado pelo uso das palavras e suas associações com o pensamento, desvia o olhar para o malandrops e pronuncia o seguinte: "Só sei que nada sei."

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