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27 de set. de 2011

Interrogando um dos Sete Sábios

Ele dizia que a morte não difere da vida. "Por que, então", disse alguém,  "não morres?" "Porque", disse ele, "não faz diferença". Quando lhe perguntaram quem era mais velho, o dia ou a noite, ele respondeu: "A noite é mais velha por um dia." Alguém perguntou se o homem pode ocultar aos deuses uma ação má: "Não", respondeu ele, "Nem sequer um mau pensamento". A um adúltero que lhe perguntou se poderia negar a acusação mediante juramento ele respondeu que o perjúrio não era pior que o adultério. A alguém que lhe perguntou qual era a coisa mais difícil ele respondeu: "Conhecer-se a si mesmo." "E qual a mais fácil?" "Dar conselhos aos outros." "Qual a coisa mais agradável?" "O sucesso." "Que é o divino?" "O que não tem princípio nem fim." Quando lhe perguntaram qual foi a coisa mais rara que ele já vira, sua resposta foi: "Um tirando idoso." "Como poderá uma pessoa suportar melhor a adversidade?" "Se lhe for possível, ver seus inimigos em situação pior." "Como poderemos viver da maneira melhor e mais justa?" "Abstendo-nos de fazer o que censuramos nos outros." "Quem é feliz?" "Quem tem o corpo saudável, o espírito atilado e a natureza dócil." Ele nos diz que devemos lembrar-nos dos amigos quer estejam presentes, quer ausentes; que não devemos orgulhar-nos de nossa aparência, e sim esforçar-nos por ser belos no caráter. "Não devemos enrriquecer de maneira condenável" - diz ele - "e nem mesmo uma palavra deve tornar-nos odiosos a quem confiou em nós". "Deves esperar de teus filhos tudo o que fizeste por teus pais." Ele explicava a cheia do Nilo como sendo devida aos ventos etésios que, soprando na direção contrária, forçam as águas a refluírem.

"Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres", Diôgenes Laêrtios, Tales de Mileto